A vida de São Padre Pio da Pietrelcina

terça-feira, 9 de abril de 2013


O ESTIGMATIZADO
INFÂNCIA E VOCAÇÃO
Padre Pio nasceu em Pietrelcina, na Província de Benevento na Itália, no dia 25 de Maio de 1887, e seus pais eram Grazio Forgione e Giuseppina di Nunzio, camponeses, pessoas honestas e muito trabalhadoras, mas extremamente pobres.
Ele foi Batizado no dia seguinte ao seu nascimento e recebeu o nome de Francesco Forgione. Foi crismado e fez a Primeira Comunhão quando tinha 12 anos de idade. Naquela época, as autoridades italianas haviam baixado um decreto “abolindo a Cruz” nas Escolas e nas repartições públicas, exigindo que fossem retirados todos os crucifixos das dependências do Governo. Conhecendo a grandeza de sua entrega e dedicação a JESUS Crucificado e o impressionante Calvário percorrido em sua existência, tem-se a impressão que o SENHOR fez nascer o Padre Pio exatamente sob o signo da Cruz, para trabalhar pela salvação da humanidade, e em especial, para que todos acolhessem e respeitassem o CRISTO Crucificado, buscando a conversão do coração.
Desde criança revelou um gênio bastante discreto, que o levava a se afastar das brincadeiras dos companheiros durante os recreios e nos momentos de descanso, preferindo permanecer sozinho, se dedicando a prece e a contemplação. Este procedimento lhe favoreceu amadurecer o seu ideal, desabrochando a sua vocação para o sacerdócio. Seus pais apesar de muito pobres, lhe dedicaram um efetivo e integral apoio. E assim, trilhando o caminho para concretizar o seu projeto de vida, com 16 anos de idade, no dia 06 de Janeiro de 1903 entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, no Mosteiro Franciscano de Morcone, tendo vestido o hábito no dia 22 do mesmo mês, com o nome de Frei Pio. Terminado o Noviciado, fez a Profissão dos Votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, fez os Votos solenes. Foi ordenado sacerdote na Catedral de Benevento, no dia 10 de agosto de 1910 se consagrando totalmente a DEUS. Abrasado de amor por JESUS CRISTO, com ELE se configurou imolando-se pela salvação do mundo. Em sua vida sacerdotal foi extremamente generoso e perfeito no seguimento e imitação de CRISTO Crucificado. As graças que DEUS lhe concedeu com singular abundância, dispensou-as incessantemente a todas as pessoas, ao longo de seu ministério, servindo os homens e mulheres que a ele acorriam em número sempre maior, gerando uma multidão de filhos e filhas espirituais. Sua vida sacerdotal foi intensa, mas por causa de suas precárias condições de saúde, logo após a sua ordenação, teve que permanecer um tempo com a família, para tratamento e depois, com a saúde em recuperação, esteve em diversos Conventos da Ordem.

SERVIÇO MILITAR
Em 1916 foi convocado para o exército, ocasião em que os médicos puderam constatar que ele possuía um incomum problema de saúde. Foi submetido a duas juntas médicas e os diagnósticos foram iguais, deixando os profissionais abismados: sua temperatura era tão elevada que chegou a destruir um termômetro. Por esta razão, depois de todos os exames, concederam-lhe a baixa, sendo dispensado do serviço militar. A seguir, após uma breve permanência no Mosteiro de Foggia, no dia 4 de Setembro de 1916, foi enviado para o pequeno e arruinado Mosteiro de San Giovanni Rotondo, onde ficou trabalhando como auxiliar do Pároco, a quem carinhosamente chamava de “tio Tore”.

EM SAN GIOVANNI ROTONDO
Abrasado pelo amor de DEUS e do próximo, Padre Pio viveu em plenitude a sua vocação de contribuir para a redenção do homem, através de uma eficiente direção espiritual dos fiéis, do perseverante exercício do Sacramento da Confissão, tendo permanecido muitas vezes no Confessionário até por mais de 14 horas para atender a todos os penitentes. Sua dedicação vocacional ganhava ainda mais amplitude na magnífica Celebração da Sagrada Eucaristia, isto porque, sem dúvida, o momento mais alto da sua atividade apostólica era quando celebrava a Santa Missa. Os fiéis, que nela participavam, podiam sentir a grandeza e a beleza da sua espiritualidade.
No campo das atividades sociais, sua jovialidade idealista se apressava a guardar zelosamente a comida que sobrava no Mosteiro para oferecê-la aos pobres que vinham bater a sua porta. Fez montar para os jovens da aldeia uma oficina de costura a fim de que tivessem uma profissão, e também, como a localidade era desprovida de qualquer assistência a saúde do povo, montou um pequeno ambulatório, que na continuidade dos anos, com a maciça ajuda popular e sendo o seu sonho amparado pela Vontade Divina, foi transformado no magnífico e maravilhoso Hospital: “Casa do Alívio do Sofrimento”.
Não possuía nada. Vivia em plena e total pobreza e nela estavam englobadas todas as suas preciosas virtudes: da humildade ao aniquilamento, à absoluta obediência e a castidade. Esvaziando-se a si mesmo de tudo, abriu espaço em sua existência permitindo a CRISTO apossar inteiramente dele.

AS CHAGAS DO SENHOR
Com a idade de 31 anos, um fato extraordinário e sobrenatural marcou a vida do Padre Pio na manhã do dia 20 de setembro de 1918. Após a celebração da Santa Missa, estava rezando ajoelhado diante do Crucifixo do coro da pequena Igreja, quando o SENHOR JESUS lhe concedeu de maneira impressionante, a preciosa graça dos estigmas da Crucificação. Eram perfeitamente visíveis, profundos e sangravam. Este fenômeno extraordinário atraiu a atenção de médicos, estudiosos, jornalistas, e pessoas de todas as partes do mundo, que acorreram a San Giovanni Rotondo para conhecer o Padre, ver as chagas e pedir suas orações e bênção.
No dia 22 de outubro de 1918 escreveu ao seu Diretor espiritual Padre Benedetto de San Marco in Lamis, lhe descrevendo minuciosamente como o SENHOR lhe proporcionou o inigualável e precioso presente: “O que posso dizer aos que me perguntam como aconteceu a minha crucifixão? Meu DEUS! Tenho o dever e a obrigação de manifestar o que TU fez em mim”!
“Foi na manhã do dia 20 do mês passado (Setembro) no coro, depois da celebração da Santa Missa, enquanto rezava diante do Crucifixo fui surpreendido pelo acontecimento, que pareceu ser um doce sonho. Meus sentidos interiores e exteriores, assim como as faculdades da minha alma, se encontraram numa quietude indescritível. Houve um grande silêncio em torno de mim e dentro de mim. Em seguida, senti uma grande paz e um completo abandono, configurado na privação de tudo, numa grande pobreza, e, numa vigorosa e plena disposição para enfrentar a rotina de cada dia”.
“Tudo aconteceu num instante. E quando ocorreu, vi na minha frente um misterioso personagem parecido com aquele que tinha visto na tarde do dia 5 de agosto passado. Este era diferente daquele, porque sangravam as suas mãos, os pés e o peito. A visão me aterrorizou pelo sofrimento do personagem, e não sei dizer o que senti naquele instante. Senti que poderia morrer se DEUS não tivesse intervindo para sustentar o meu coração, o qual saltava fortemente em meu peito. A visão do personagem desapareceu e dei-me conta que minhas mãos, os pés e o peito ficaram chagados e jorravam sangue. Imagine o suplício que experimentei então e que estou experimentando continuamente todos os dias! A ferida do coração sangra continuamente. Começa na quinta feira à tarde e permanece sangrando até o sábado. Meu pai, eu morro cada dia de dor pelo suplício e sofrimento que experimento no mais íntimo da minha alma. Que em tudo seja feita a Vontade do SENHOR e nosso DEUS".
A partir desta época, os visitantes se multiplicaram, de todas as partes do mundo, os fiéis acorriam a este sacerdote estigmatizado, para suplicar a sua potente intercessão junto a DEUS a fim de alcançar as graças necessárias ao seu viver. Em consequência, uma notável expansão comercial também aconteceu, transformando a pequena cidadezinha, numa bela e progressista cidade, com bons hotéis e apreciável infra-estrutura.

CARIDADE COM TOTAL HUMILDADE
Vivendo na humildade, no sofrimento e no sacrifício, sempre pronto a atender um pedido ou uma solicitação mais profunda, Padre Pio sempre inspirado pela graça Divina exercitou a imensidão de seu amor assumindo duas importantes iniciativas no campo da caridade social: a fundação dos "Grupos de Ruego", hoje chamados "Grupos de Oração" , a pedido do Santo Padre o Papa Pio XII, em face dos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial. São grupos de pessoas que se constituem em verdadeiras células vivas, que perseverantemente através da oração e do auxílio, suplicam o Amor de DEUS e a paz do SENHOR, em benefício da humanidade. Os“Grupos de Orações” se espalharam pelo mundo! Hoje, nas cidades dos países cristãos, eles são encontrados em todas as Igrejas, rezando e procurando suavizar os sofrimentos das pessoas. A segunda iniciativa foi uma continuação do projeto em benefício da saúde do povo, que iniciado nos primeiros anos de seu sacerdócio, agora ganhava força e um apoio admirável. O empreendimento cresceu e alcançou notáveis dimensões, tornando-se um moderno e bem equipado Hospital: a «Casa Sollievo della Sofferenza» (Casa do Alívio do Sofrimento), funcionando em plenitude para aliviar os sofrimentos físicos e as misérias morais de tantas famílias. Médicos famosos, de diversas nacionalidades, utilizaram as suas modernas instalações para tratar de seus pacientes. É um dos mais amplos e mais bem aparelhados Hospitais da Europa, tendo recebido doações de dezenas de países que colaboraram enviando vultosas quantias ajudando eficazmente esta obra humanitária tão importante. A ampliação e as novas instalações do Hospital ficaram concluídas e foram inauguradas no dia 5 de Maio de 1956.

FÉ E ORAÇÃO
Para o Padre Pio, a fé era à força da vida, a própria vida. Tudo que ele queria e que fazia era à luz da fé, e por isso mesmo, empenhou-se assiduamente na oração. Não havia um horário pré-estabelecido para rezar, em todos os momentos e em todas as oportunidades, acionava carinhosamente o seu colóquio com DEUS. Dizia: «Nos livros procuramos DEUS, na oração encontramo-LO. A oração é a chave que abre o Coração do SENHOR». A fé levou-o a aceitar sempre a suprema Vontade do CRIADOR.
Viveu imerso nas realidades sobrenaturais. Não só era o homem da esperança e da confiança total em DEUS, mas, com as palavras e o exemplo, infundia estas virtudes em todos aqueles que se aproximavam dele. O amor de DEUS inundava a sua vida, saciando todos os seus anseios. A caridade era o princípio inspirador do seu dia: amar a DEUS e fazer com que ELE fosse amado por todos. Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência, em todas as ocasiões agia e se aconselhava com o SENHOR. Seu interesse maior era a glória Divina e o bem das almas. A todos tratou com justiça, lealdade e respeito.
Intercedia junto a DEUS em benefício de todos que buscavam o seu auxílio. E o SENHOR, misericórdia infinita, sempre atendia as orações e fazia acontecer milagres e muitas manifestações sobrenaturais maravilhosas e extraordinárias, em atendimento as suas súplicas intercessoras.
Nos casos mais urgentes e complicados o humilde e amoroso frade de Pietrelcina dizia: "Estes só NOSSA SENHORA", tamanha era a sua confiança na Maezinha do Céu a quem ele tanto amava.

SANTA MISSA CELEBRADA PELO PADRE PIO
A Santa Missa era o momento mais importante da sua atividade apostólica. Com respeito, dignidade e uma profunda e silenciosa concentração, deixava transparecer em plenitude, a admirável beleza de sua espiritualidade.
Ao toque do sino, o Padre Pio com os paramentos sagrados caminhava em direção ao Altar. Seus passos eram pesados e ligeiramente arrastados, com o corpo um pouco recurvado para frente. Suas mãos unidas pelas pontas dos dedos estavam encobertas por um tecido escuro ocultando os estigmas da paixão do SENHOR. O silêncio é absoluto e comovente.
Com voz lenta, firme, mas submissa, quase separando as sílabas, inicia a cerimônia em Nome do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO.
No “Confiteor” (Ato Penitencial) sua voz se torna mais suplicante. Ele se inclina profundamente diante do Tribunal da Misericórdia de DEUS: “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”. Os golpes com a mão dilacerada sobre o seu coração também dilacerado convidam a multidão, que prostrada em recolhimento religioso, repete submissamente as palavras do sacerdote. E continua: “Perdoa, ó SENHOR, os nossos pecados, para que, com alma pura, possamos nos aproximar do Altar do Santo Sacrifício”...
E por alguns minutos permanece curvado diante do Altar em profundo ato de adoração.

Depois do “Kyrie eléison” (Senhor perdoai-nos) sua voz se torna mais forte no Hino de Louvor a DEUS, ao mesmo tempo em que suas mãos se elevam súplices em direção ao Céu.

A Liturgia da Palavra se transcorre como num ato de instrução. Sua voz rouca e cadenciada imerge no teor de cada versículo e vai transmitindo a mensagem num misterioso tom profético. Na leitura do Evangelho a voz ganha maior tonalidade, anunciando de frente para toda assembléia a alegria e a luz da boa nova. Em dias da semana não fazia homilia.

O ofertório vai começar e seus olhos parecem imersos numa dimensão infinita, abraçando e convidando os fiéis a louvar, oferecer e suplicar ao SENHOR, durante os minutos da elevação da patena com a Hóstia e do Cálice com o Vinho, na Preparação das Ofertas.
Segue o momento do Lavabo. Mexendo os lábios em sentida oração, o Padre Pio recita o salmo que se ouve apenas umas poucas palavras entrecortadas: “Cantarei todas as suas maravilhas, ó SENHOR”... “amo habitar o lugar da Sua Glória”...
No final do Ofertório, depois de se prostrar profundamente ao rezar “Suscipe Sancta Trinitas” (Receba SANTÍSSIMA TRINDADE), volta-se em direção ao povo e convida:“Oremos irmãos”...
As mãos estigmatizadas do frade permanecem abertas no convite a prece. A seguir, reza piedosamente a Oração Eucarística, às vezes movendo a cabeça, como se estivesse argumentando, ou como se estivesse carinhosamente insistindo diante da misericórdia de DEUS.
Lentamente segura a Hóstia, pronuncia as palavras da Consagração e eleva lentamente o Corpo do SENHOR à adoração dos fiéis. A seguir depois de Consagrado eleva o Cálice com o Sangue de JESUS, do mesmo modo, lentamente, para adoração do Sangue Divino derramado na Cruz para remissão da humanidade de todas as gerações. Sangue de valor infinito que se derrama agora de modo sacramental, em face das palavras da Consagração.
Um respeitoso silêncio domina a assembléia contritamente prostrada de joelhos, enquanto todos os corações presentes, transbordantes de amor e em profundo ato de adoração a DEUS agradeciam a presença Divina e suplicavam o auxílio do SENHOR para suas vidas.
Seguem-se as orações de súplicas pelas intercessões dos Santos, pelos fiéis, pela Igreja e pelos mortos, e também, suplicando a intercessão da Santa e gloriosa VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS e nossa Mãe.
A Oração Eucarística está chegando ao final e o sacerdote elevando diante da assembléia, o Cálice e a Patena com o Corpo e o Sangue do SENHOR, oferece por CRISTO, com CRISTO, e em CRISTO, ao PAI ETERNO na unidade do ESPÍRITO SANTO, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre. Amém.
Agora, o celebrante profundamente inclinado sobre o Corpo e o Sangue do SENHOR, reza o “Agnus Dei” (Cordeiro de DEUS), com uma humilde intercessão em benefício dos irmãos presentes e daqueles que estão distantes, pronunciando a súplica comovida: “Miserere nobis” (Tem Misericórdia de nós), que é acompanhada contritamente a meia voz pela assembléia humildemente prostrada.
A ação litúrgica que se segue em preparação a comunhão se desenvolve num íntimo colóquio, do qual se podem ouvir apenas algumas palavras murmuradas pelo Padre:“Não olhes para os meus pecados, mas para a fé que anima a TUA Igreja”. ... “livra-me, por este TEU sacrossanto Corpo e Sangue, de toda iniquidade e de todo o mal”. ... “a comunhão do TEU Sangue que eu, indigno, ouso receber”...
E entramos no momento solene da Sagrada Comunhão. A mão esquerda mantém a Hóstia Consagrada um pouco acima da Patena. O corpo se curva sobre os cotovelos apoiados no Altar e pronuncia: “Domine, non sum dignus”...(SENHOR, eu não sou digno). Consumidas as Sagradas espécies, permanece imóvel por alguns minutos, ligeiramente reclinado sobre o Altar. Depois, se posicionando para conceder a Sagrada Comunhão aos fiéis, se apóia no Altar, na altura de sua cintura, como se receasse perder o equilíbrio, levanta a Hóstia, fixa nela os olhos e com voz firme, destacando silaba por silaba, diz: “Ecce Agnus Dei, ecce qui tollit peccata mundi. Domine non sum dignus ut intres sub tectum meum sed tantum dic verbo et sanabitur anima mea”. (Eis o Cordeiro de DEUS, que tira os pecados do mundo. SENHOR eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e minha alma será salva).
Lentamente, a multidão se sucede na mesa da Comunhão. Os dedos enrijecidos pela dor encontram uma ligeira dificuldade em segurar as Hóstias, movendo-se de um lado para o outro, dentro da âmbula, em busca da melhor posição para segurar cada uma. Mesmo assim, ele mesmo dá Comunhão a todos os fieis. No profundo silêncio somente se ouve o ruído dos passos das pessoas e a voz do Padre que repete: “Corpus Domini nostri Jesu Christi custodiat animam tuam in vitam aeternam. Amen”.(Corpo de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO guarde a tua alma para a vida eterna. Amém).
A Missa chega ao final. Purificados cuidadosamente os vasos sagrados e recitadas as últimas preces, o Padre dá a benção final. Todos ajoelhados convergem o olhar para aquela mão com a chaga da Paixão do SENHOR que lhes abençoa, revigorando em cada coração a graça Divina para os embates cotidianos da existência.
(Esta celebração foi descrita pelo saudoso padre franciscano Frei Epifânio do Convento Santa Clara, em Taubaté, Estado de São Paulo, que concelebrou uma Santa Missa com o Padre Pio em Maio de 1957, em San Giovanni Rotondo)


ACONTECIMENTOS SOBRENATURAIS
DEUS em seus desígnios imperscrutáveis encheu a vida humilde do Padre Pio de admiráveis dons: Bilocação (presença simultânea em dois lugares diferentes), Profecia, Discernimento das Consciências, também foi agraciado com Aparições e um profundo Conhecimento Sobrenatural, tendo feito Milagres pela graça Divina (intercedendo junto a DEUS e alcançando curas inquestionáveis), recebeu os estigmas da crucificação de JESUS e muitos outros dons. A seguir, relatamos alguns milagres, extraídos de documentos do Santuário do Mosteiro de San Giovanni Rotondo e da Vida do Padre Pio escrita pelo seu Confessor Padre Agostino de San Marco in Lamis.
UMA ALMA DO PURGATÓRIO
Numa tarde Padre Pio estava num quarto, localizado na parte baixa do Convento, destinado aos hóspedes. Ele estava só e descansava no sofá, quando de repente, apareceu um homem envolto numa capa preta. O Padre surpreso, ergueu-se e perguntou quem ele era e o que queria. O estranho respondeu que era uma alma do Purgatório. "Eu sou Pietro di Mauro, morri num incêndio neste Convento, em 18 de Setembro de 1908. Na realidade este Convento, depois da desapropriação dos bens eclesiástico, foi transformado em casa de repouso para anciões. Eu morri entre as chamas quando estava dormindo num colchão de palha, exatamente neste quarto. O bom DEUS, me permitiu vir até aqui e lhe pedir que celebrasse em meu benefício, uma Santa Missa amanhã pela manhã, para o meu descanso eterno. Graças a esta Santa Missa eu poderei entrar no Paraíso". Padre Pio disse ao homem que celebraria a Santa Missa para a alma dele. Posteriormente descrevendo o fato ao seu Confessor, acrescentou: "Eu, queria levá-lo até a porta do Convento para me despedir, quando repentinamente ele desapareceu. Seguramente percebi que havia falado com uma pessoa morta, e por isso mesmo, tenho que admitir que fiquei meio amedrontado. O Padre Superior do Convento, Monsenhor Paolino de Casacalenda, notou meu nervosismo, e então contei-lhe o que havia acontecido, e lhe pedi a permissão para celebrar a Santa Missa na manhã seguinte em sufrágio daquela alma necessitada. A Santa Missa foi celebrada ás 7 horas da manhã”.
Alguns dias depois, Padre Paolino, despertado pela curiosidade foi até o Cartório de registro de óbitos da comunidade de San Giovanni Rotondo, e pediu permissão para consultar o livro de registro de óbitos do ano de 1908. Após a consulta constatou que a história do Santo Padre Pío era verdadeira, pois no registro achou o nome e a razão da morte. Está escrito assim: No dia 18 de Setembro de 1908, no incêndio da casa de repouso morreu o Sr. Pietro di Mauro.

DESCANSO ETERNO
Depois de um mês da morte da mãe da senhora Cleonice Morcaldi, que era uma das suas filhas espirituais, Padre Pio após o término da confissão dela, lhe disse:"Nesta manhã sua mãe foi para o Céu, eu vi enquanto celebrava a Santa Missa. Por essa razão, a senhora deverá marcar na sacristia, uma data para a celebração de uma Santa Missa em ação de graças a DEUS pelo descanso eterno da alma de sua mãe”.

OUTRA ALMA DO PURGATÓRIO
O Padre Pio descreveu ao Padre Anastácio. "Uma tarde, enquanto eu estava rezando sozinho, ouvi o arrastar de um tecido no chão e vi um monge jovem próximo ao altar. Parecia que ele estava espanando os candelabros e regando os vasos de flores. Na verdade, pensei que ele fosse o Padre Leone que estava preparando o Altar e, como estava na hora do jantar, me aproximei e disse: Padre Leone, vá jantar, não está na hora de espanar e ajeitar o Altar. Mas uma voz que não era a do padre Leone me respondeu”:
- “Eu não sou o Padre Leone”.
- “Então perguntei: Quem é você? E a voz respondeu”:
- "Eu sou um irmão que fiz o Noviciado aqui. Minha missão era limpar o Altar durante todo o ano do Noviciado. Mas, desgraçadamente durante todo aquele tempo eu não reverenciava a JESUS Sacramentado, não lhe cumprimentava, todas as vezes que passava defronte o Altar, causando grande decepção e tristeza ao SENHOR, por causa da minha irreverência. Por este sério descuido, que pode ser considerado como uma abominável falta de atenção de minha parte, ainda estou no Purgatório. Agora, DEUS, misericórdia e bondade infinita, me enviou aqui para você me ajudar, auxiliando-me com suas orações a alcançar o Paraíso Eterno. DEUS me mandou para você cuidar de mim".
Penalizado com o sofrimento daquela alma, Padre Pio falou: "Amanhã pela manhã você estará no Paraíso, quando eu celebrar a Santa Missa em seu benefício". Aquela alma chorou e disse: "Cruel de mim, que malvado eu fui”! Em seguida, chorando a alma desapareceu. No dia seguinte, Padre Pio celebrou a Santa Missa em benefício dela.

AS LÁGRIMAS DO SENHOR
No dia 7 de Abril de 1913, Padre Pio enviou uma carta para o seu Confessor Padre Agostino: "Meu querido Padre, sexta-feira pela manhã eu ainda estava na cama, quando JESUS apareceu diante de mim. ELE estava golpeado e desfigurado com muitas chagas que sangravam e me mostrou uma grande multidão de sacerdotes, entre os quais, dignitários eclesiásticos vestindo as suas sagradas túnicas que usavam para celebrar as Santas Missas, mas conduzindo as cerimônias de modo indiferente e frio, preocupados com os compromissos particulares. Quando vi JESUS naquelas condições, senti uma grande angústia no coração e, LHE perguntei o motivo do sofrimento DELE? ELE não me respondeu. Porém me mostrou os sacerdotes que deveriam ser castigados. O SENHOR permanecia muito triste e inconformado com aqueles sacerdotes e continuava olhando para eles. Então notei com grande pesar as muitas lágrimas que banhavam a Santa Face do SENHOR. ELE se afastou daquela multidão de sacerdotes e com uma imensa expressão de desgosto no olhar, chorou e disse:”"Açougueiros!" “Em silêncio assisti toda aquela cena. O SENHOR me disse:”"Minha Criança, não creia que minha agonia foi somente aquelas três horas pregado na Cruz no Calvário, não. De fato permanecerei em agonia até o fim do mundo por causa da tristeza que me causam, as almas que EU amo. Durante o tempo de agonia, Minha criança, ninguém pode dormir. Minha alma está procurando alguma gota de piedade humana naqueles que escolhi, mas eles só me proporcionam indiferenças e decepções. A ingratidão é a mais severa agonia para MIM. Eles correspondem muito mal ao Meu Amor! Para MIM o tormento maior é quando se manifesta nas pessoas o desprezo, a indiferença e a incredulidade. Quantas vezes minha tristeza projetou golpeá-los com raios, mas fui consolado por Minha MÃE, pelos Anjos e as almas que me amam. Escreva ao seu Padre Confessor e conte tudo o que você viu e ouviu esta manhã. Fale com ele para mostrar esta carta ao Padre Diretor da Província".“JESUS continuou falando mas, o que ELE disse, eu nunca poderei revelar".


PROTEÇÃO DIVINA
Carta ao Padre Agostino datada em 13 de Fevereiro de 1913 – “NOSSO PAI JESUS CRISTO me revelou:”“Não se preocupe, em tê-lo feito sofrer, porque também te darei a força. Quero que tua alma se purifique com o martírio e o culto diário. Não te assustes se permito ao diabo atormentá-lo, e ao mundo repugná-lo, porque ninguém conseguirá vencer as pessoas que sofrem debaixo da cruz por Meu Amor, pois estão protegidas para sempre”.


BOLSA COM CASTANHAS
O primeiro milagre atribuído ao Padre Pio aconteceu em 1908. Naquela época ele morava no Convento de Montefusco. Um dia ele decidiu ir a floresta para colher castanhas em uma bolsa. Depois enviou esta bolsa com castanhas a sua tia Daria em Pietrelcina. Ela sempre foi muito afetuosa com ele. Sua tia recebeu a bolsa e comeu as castanhas, guardando a bolsa como lembrança. Poucos dias depois ela procurava algo numa gaveta onde o seu marido normalmente guardava pólvora. Era noite e ela usando uma vela para facilitar a busca, de repente a gaveta pegou fogo. O fogo atingiu tia Daria e no mesmo instante, ela pegou a bolsa que trouxe as castanhas do Padre Pio e a colocou na face, onde o fogo tinha alcançado. Imediatamente sua dor desapareceu e não ficou nenhuma ferida ou queimadura no seu rosto.


NOSSA SENHORA MANDOU O SOBRINHO ESCREVER
A senhora Cleonice Morcaldi, filha espiritual do Padre Pio narrou: "Durante a Segunda Guerra Mundial meu sobrinho estava prisioneiro. Não tínhamos recebido notícias dele durante um ano e todos começaram a acreditar que ele tinha morrido. Os Pais pensavam a mesma coisa. Um dia a mãe foi encontrar o Padre Pio e se ajoelhou em frente dele no confessionário e disse”:"Por favor, diga-me se meu filho está vivo. Eu não vou embora se não me falar”.“Padre Pio acolheu aquela súplica e disse”:"Levante-se e fique tranquila".“Alguns dias depois, não suportando a dor daqueles pais, fui ao encontro do Padre e pedi um milagre para aquela família. Eu lhe disse: Padre, eu vou escrever uma carta ao meu sobrinho Giovannino. Eu só escreverei o nome dele no envelope por que não sei onde ele está. O Senhor e o seu Anjo da Guarda é que levarão a carta até ele. Padre Pio não respondeu. Escrevi a carta a noite e a coloquei em minha mesa, para entregá-la na manhã seguinte ao Padre. Ao amanhecer, para minha grande surpresa e apreensão, a carta não estava mais ali sobre a mesa. Fui correndo até o Padre Pio e sem saber se era para lhe agradecer, ele me disse”:"Agradeça a NOSSA SENHORA".“Quase quinze dias depois nosso sobrinho respondeu a carta. Então toda a nossa família ficou contente, dando graças a DEUS, a NOSSA SENHORA que fez a carta chegar as mãos dele e ao Padre Pio”.

O OFICIAL DA MARINHA ESCAPOU COM VIDA
Durante a Segunda Guerra Mundial o filho da senhora Luisa que era Oficial da Marinha Real Britânica tornou-se motivo de angústia para sua mãe, pois preocupada com a conduta dele, orava diariamente suplicando a DEUS pela conversão e salvação de seu filho. Um dia um viajante inglês chegou a San Giovanni Rotondo, trazendo alguns jornais ingleses. Luisa quis ler os jornais. Leu as notícias sobre o afundamento do navio onde estava o filho. Foi chorando encontrar o Padre Pio que a consolou imediatamente: “Quem lhe falou que seu filho morreu”? E com grande segurança, o Padre lhe disse exatamente o nome e o endereço do hotel onde o jovem oficial estava, depois de ter escapado do naufrágio do navio no Atlântico, estava hospedado num hotel a espera de uma ordem superior, que lhe indicasse um trabalho em outro navio. Imediatamente Luisa lhe enviou uma carta e depois de 15 dias obteve uma resposta do filho.


O COMERCIANTE PECADOR
O padre Guardião do Convento de São Giovanni Rotondo contou: "Certo dia, um comerciante de Pisa veio pedir ao Padre Pio para curar a sua filha. O Padre olhou para ele e disse”: "Tu estás mais doente do que a tua filha. Eu te vejo morto".“Assustado, o homem argumentou”:"Não é possível, eu estou muito bem"!“Gritou o Padre”:"Infeliz. Desgraçado. Como pode dizer que estás bem com tantos pecados na sua consciência? Vejo pelo menos trinta e dois pecados"!“Imagine o susto do comerciante. Depois da confissão ele contou a todos os que quisessem escutar”: :"Ele já sabia de tudo, de todos os meus pecados, e me repetiu tudo, para que minha Confissão fosse perfeita"!


A PROVIDÊNCIA SALVOU A VIDA DO CAPITÃO
Um dia, um oficial do Exército Italiano chegou na sacristia e vendo o Padre Pio disse: "Sim, aqui está ele! Eu não estou enganado, é ele mesmo!" Aproximou-se do Padre Pio e se ajoelhou diante dele e chorando disse: "Obrigado Padre, o senhor salvou a minha vida”. O oficial contou o fato: "Eu era Capitão da Infantaria e um dia, no campo de batalha, diante de um terrível fogo inimigo estava rezando e suplicando ao SENHOR que iluminasse o meu procedimento, quando vi a uma certa distância um frade que me disse”: "Senhor, afaste-se deste local". “Sem pensar, movido apenas por um sentimento de defesa, caminhei rápido na direção dele e, poucos segundos depois, no lugar onde estava, caiu uma granada e estourou forte abrindo uma enorme cratera. Eu me virei para encontrar o frade, mas ele não estava mais lá”. Por Vontade Divina, o Padre Pio salvou a vida daquele homem.

O CÂNCER NO BRAÇO DESAPARECEU
Uma mulher foi para a casa de sua filha com câncer num dos braços e concordou em se submeter a cirurgia afim de tentar eliminar aquele terrível mal. O médico, sobrecarregado de compromissos, pediu a paciente para esperar alguns dias, antes de fixar a data da cirurgia. O marido da filha, homem religioso e com muita fé, enviou um telegrama ao Padre Pio suplicando que ele rezasse para a cura da sogra. Na manhã do dia seguinte, a mulher estando sozinha no quarto, a porta se abriu e entrou um monge que disse: "Eu sou o Padre Pio de Pietrelcina". Então ele lhe perguntou o que o médico tinha lhe dito sobre o câncer e lhe encorajou, dizendo que confiasse em NOSSA SENHORA. Fez o sinal da Cruz no braço dela e saiu do quarto. Sentindo-se maravilhosamente bem, a mulher acionou a campainha para chamar a enfermeira e lhe disse: "Por que você mandou o Padre Pio entrar no meu quarto sem me avisar?”. Mas ela respondeu dizendo que não tinha visto o Padre Pio e que ninguém havia passado por ali. Ao entardecer, quando a filha e o genro chegaram do trabalho, comentaram o acontecido e todos ficaram muito admirados, e como bons cristãos, rezaram e agradeceram ao SENHOR a visita do Padre Pio. No dia seguinte quando o médico fez os exames programados, com muita surpresa não encontrou nem sombra do câncer, a mulher estava completamente curada!

CONFISSÃO È COISA SÉRIA
Uma senhora de Londres, Inglaterra, entrou na fila para se confessar com o Padre Pio. Mas assim que chegou a vez dela, ele fechou a janelinha do Confessionário e não a atendeu, dizendo:
"Não estou disponível para você." Por que o Padre Pio não a quis confessar? A mulher insistiu, todos os dias durante duas semanas se prostrava no Confessionário, mas não era atendida pelo Padre. Até que finalmente ele a recebeu. Durante a Confissão ela perguntou ao Padre Pio: “Por qual razão o senhor me fez esperar por tanto tempo”? O Padre respondeu: "E você, quanto tempo deixou o nosso DEUS esperando pacientemente pelo arrependimento de seus pecados e sua decisão de purificá-los pela Confissão Sacramental? Você precisava saber como JESUS estava satisfeito, com tantos sacrilégios que você cometeu… Quanto fingimento ao lado de seu marido e de sua mãe durante a oração, chegando ao absurdo de receber a Sagrada Comunhão em pecado mortal". A mulher, ficou atordoada, e recebeu a absolvição chorando. Diante do Altar, decidiu definitivamente mudar o rumo de sua vida. Alguns dias depois retornou a Inglaterra, tranquila, calma e em paz com sua consciência, na certeza de que a bondade infinita e misericordiosa do SENHOR, tinha perdoado todos os seus pecados.


UMA FÉ QUE REMOVE MONTANHA
Um homem de Ascoli Piceno, pequena cidade no interior da Itália, contou: “Lá pelo final dos anos de 1950, fui a São Giovanni Rotondo com minha esposa para confessarmos e recebermos a absolvição sacramental, naturalmente depois de cumprirmos a penitência imposta pelo Padre Pio. Já anoitecia, e eu ainda estava no Convento, quando encontrei o Padre e ele me disse:” “Você ainda está aqui”? “Então lhe expliquei: Meu carango não deu partida, e ele me perguntou”: “O que exatamente é um carango” “Respondi: É o meu carro. Então ele disse:” “Vamos dar uma olhadinha”. “Quando chegamos ao automóvel, ele virou a chave e deu a partida imediatamente sem qualquer problema, o motor do carro ligou. Admirados, eu e minha mulher viajamos toda a noite e, na manhã seguinte, levei o carro para o mecânico dar uma olhada. Depois de fazer os testes, ele me disse que o sistema elétrico estava completamente danificado, e não acreditou quando eu lhe falei que tinha viajado com o veículo a noite inteira. Segundo ele, é impossível cobrir 400 quilômetros de estrada, entre San Giovanni Rotondo e Ascoli Piceno, com o carro naquele estado. Logo percebi: o Padre Pio carinhosamente tinha me ajudado e, eu lhe agradeci sinceramente com toda a amizade de meu coração”.

ELE SABE ONDE ESTÁ DEUS
Às vezes, quando mostravam a Frei Pio alguns objetos como Terços, Rosários ou imagens sagradas com o pedido para que ele as abençoasse, ele às vezes, devolvia alguns objetos ao solicitante com a declaração precisa: "Isto já foi abençoado". E era verdade.

O PERFUME MARCAVA A INESQUECÍVEL PRESENÇA
Uma senhora contou: No ano 1945 sua mãe a levou a San Giovanni Rotondo para conhecer pessoalmente o Padre Pio e se confessar. Enquanto esperava a sua vez, pois tinha muita gente, pensava em seus pecados preparando-se para uma boa confissão. Porém quando chegou a sua vez e estava na presença dele, ficou paralisada. O Padre Pio percebendo a sua timidez, com um sorriso lhe disse: "Você quer que eu fale por ti?" Ela consentiu por meio de um sinal e, depois, terminada a Confissão, estava pasma e impressionada. Não podia acreditar! O Padre Pio tinha falado palavra por palavra, tudo o que ela deveria lhe ter confessado. Ela se sentiu tranquila e calma, e mentalmente agradeceu a DEUS a presença do venerado Sacerdote por obsequiá-la com a experiência de seu extraordinário carisma. Ela lhe confiou à saúde da sua alma e do seu corpo. Ele respondeu:“Sempre serei teu pai espiritual". Ela se despediu com uma imensa alegria no coração. Enquanto regressava de trem, sentiu um intenso perfume de flores do qual jamais se esqueceu em toda a sua vida. Era a presença do Padre Pio que a encheu de felicidade.


PERIGOSA VIAGEM DE AVIÃO
O Padre Eusébio narra: “Estava viajando a Londres de avião, contra o conselho do Padre Pio que tinha recomendado que eu não usasse aquele meio de transporte. Quando sobrevoávamos o canal da Mancha surgiu uma violenta tempestade e o avião seguindo a rota, trouxe perigo para todas as pessoas e inclusive para a aeronave. Diante do terror de todos, muito nervoso recitei o ato de contrição, e sem saber o que fazer enviei um pedido ao Padre Pio através de meu Anjo da Guarda, suplicando urgentemente a sua ajuda. O tempo acalmou e completamos a viagem sem outras dificuldades. De regresso a San Giovanni Rotondo fui ver o Padre. Ele me disse”:"Menino como está? Passastes bem o tempo todo”? “Eu respondi: Padre estive a ponto de morrer! Ele então rapidamente falou”: “Porque você não me obedeceu?" “Falei: Desculpe-me Padre, porém rezei ao meu Anjo da Guarda suplicando a sua ajuda... Ele completou”: “Ainda bem que o seu Anjo da Guarda chegou a tempo”!

DESVIOU OS AVIÕES E AS BOMBAS

Na cidade de Bari, na Itália, durante a II Guerra Mundial se encontrava a sede do Comando da Força Aérea Americana. Durante a guerra, muitos oficiais se dirigiam a San Giovanni Rotondo, para conhecer e ver o Padre Pio. Inclusive o general comandante foi protagonista de um episódio assombroso. Esse oficial americano quis levar um esquadrão de bombardeiros para destruir um depósito de material de guerra alemão, que se localizava próximo a San Giovanni Rotondo. O general disse: “Quando os aviões estavam próximos ao alvo, eles viram no céu um monge com as mãos erguidas, desviando os aviões. As bombas lançadas foram cair nos bosques, distante do lugarejo. Sem qualquer explicação, os aviões tinham mudado o percurso”. Todos se perguntavam quem era aquele monge que os aviões tinham obedecido. Alguém falou para o General que em San Giovanni Rotondo tinha um monge que fazia milagres. Ele então decidiu, assim que terminasse a guerra, ia verificar quem era o monge que eles tinham visto no Céu. Depois da guerra o General foi ao Convento dos Capuchinhos com alguns pilotos. Entrando na Sacristia encontrou vários monges e entre eles reconheceu imediatamente o monge que tinha parado os seus aviões: era o Padre Pio. O Padre caminhou ao seu encontro e ao chegar perto disse: "Então foi você que quis matar todos nós”? Iluminado pelo olhar e pelas palavras do Padre, o General se ajoelhou diante dele. Como de costume o Padre Pio falou no seu dialeto local, mas o General que mau falava o italiano, se convenceu que o monge tinha falado em inglês, porque entendeu perfeitamente as suas palavras. Este era mais um dos muitos dons que o Padre Pio possuía. Todos ficaram admirados, e o General e seus companheiros aviadores que eram protestantes, se converteram ao catolicismo.




AS TRAMAS DO DEMONIO 


O diabo teve um papel de realce na vida do Padre Pio, porque procurava tentá-lo por todos os meios, tecendo armadilhas para dobrar a sua vontade, a fim de cansá-lo e desviá-lo de seus santos propósitos, querendo interferir na sua obra em benefício da humanidade. E o Padre sempre lutou valentemente e também aconselhava aos seus filhos espirituais, que não dessem tréguas a satanás, fechando todas as portas de suas vontades às investidas e sugestões do maligno.
Os ataques diabólicos contra o Padre Pio eram espantosos, o demônio se apresentava de diferentes maneiras: ora por meio de formas que lhe atormentavam os sentidos, ora sob um aspecto horrivelmente tenebroso, ora atacando o seu intelecto e sua vontade, de modo a impedir o progresso de seu amor a DEUS.
DEUS sabedoria infinita conhece a capacidade física e mental de cada pessoa. A grandeza do Amor Divino jamais permitirá que alguma tentação seja maior do que o limite humano. A permissão concedida por JESUS aos demônios para atacar o Padre Pio, é pelo fato dele representar um baluarte formidável entre as pessoas e as forças do mal, que sempre impediu o demônio de atuar sobre os mais fracos e mais expostos as tentações. Assim sendo, o enfurecimento do demônio é devido não apenas ao seu ódio em relação ao Padre, mas ao obstáculo intransponível que ele representava e que protegia as pessoas que procuram o seu auxílio. Esta força admirável que o Padre Pio recebeu de DEUS tinha uma intensidade incalculável e eram graças muito especiais pelo seu combate perseverante contra o maligno, e ele na sua humilde e perseverante caridade colocava em benefício de todos que necessitavam e buscavam o seu eficaz auxílio.
Particularmente, o Padre Pio tinha pavor de Satanás, mas o que o aterrorizava verdadeiramente era o pensamento de ofender a DEUS. Dizia ele: “Estas tentações me fazem tremer da cabeça aos pés de medo de ofender ao SENHOR. Não tenho medo de nada, a não ser das ofensas ao nosso DEUS”.


UMA AMEAÇA DO DEMÔNIO
Em 1906 aconteceu um dos primeiros contatos entre o príncipe do mal e o Padre Pio. O Padre tinha retornado ao Convento de Sant'Elia de Pianisi. Numa noite de verão em que ele não conseguia dormir por causa do grande calor ouviu barulho de passos no quarto vizinho, caminhando de um lado para o outro. Padre Pio pensou: "O pobre Anastácio não está conseguindo dormir. Vou chamá-lo, pois, pelo menos conversamos um pouco". Levantou-se e foi até a janela para chamar o confrade, mas sua voz permaneceu presa na garganta, quando viu no parapeito da janela vizinha, um monstruoso cão com uma terrível cara. Assim contou o próprio Padre Pio: “Então, vi horrorizado entrar pela porta de meu quarto aquele cão feroz de cuja boca saia muita fumaça. Pulei de bruços na cama e invoquei JESUS. Ouvi o que o cão dizia”:“É este, é este aqui!”.“Ainda naquela posição na cama vi a fera pular para o parapeito da janela e de lá se lançar sobre o telhado da frente, desaparecendo em seguida”.

MODOS DO DEMÔNIO ATUAR
Padre Agostino, Confessor do Santo, confirmou que o diabo apareceu ao Padre Pio de diferentes formas: "Apareceu como meninas jovens que dançavam nuas, e apareceu em forma de crucifixo, também como um jovem amigo dos monges, apareceu ainda como o seu Diretor Espiritual, como o Padre Provençal,  também como o Papa Pio X, como o seu Anjo da Guarda e como São Francisco de Assis. O diabo também apareceu nas suas formas horríveis, com um exército de espíritos infernais. Às vezes não havia nenhuma aparição, mas Padre Pio ficava ferido, torturado com barulhos ensurdecedores, cusparadas, etc. Padre Pio sempre teve sucesso,  livrando-se destas agressões invocando o nome de JESUS”.

LUTA CONTRA SATANÁS
As lutas entre Padre Pio e Satanás ficavam mais duras quando ele livrava as almas que já estavam quase na posse do Diabo. Mais de uma vez, falou ao Padre Tarcísio de Cervinara que, antes de ser exorcizado, o Diabo gritava: "Padre Pio você nos dá mais preocupação que São Miguel Arcanjo", e também: "Padre Pio, não tire as almas de nós e nós não o molestaremos".

TRUQUES DO DEMÔNIO
Carta para Padre Agostino, de 18 de Janeiro de 1912. 
"... O Barba Azul (o demônio) não quer ser derrotado. Ele sempre chega assumindo todas as formas, durante vários dias, visitando-me com seus espíritos infernais armados com bastões de ferros e pedras. O pior é que eles vêm com os seus próprios semblantes, aquelas caras horríveis e asquerosas. Várias vezes eles me tiraram da cama e me arrastaram pelo quarto. Mas JESUS, NOSSA SENHORA, meu Anjo da Guarda, São José e São Francisco de Assis, estão frequentemente comigo."


AS PERSEGUIÇÕES CONTRA O PADRE
Carta para Padre Agostino, 5 de Novembro de 1912. "Querido padre, esta é a segunda carta que lhe escrevo, graças a DEUS, e segue com o mesmo conteúdo da anterior. Estou seguro que Padre Evangelista já o informou sobre a nova guerra que os apóstatas impuros estão fazendo contra mim. Meu Padre, eles não podem vencer a minha resistência. Eu lhe informo sobre as armadilhas que eles gostam de me induzir me privando de suas orientações. Eu encontro nas cartas o meu único conforto. Mas para glorificar a DEUS e produzir confusão neles, eu aguentarei tudo. Eu não posso explicar aqui, como eles estão me cercando. Às vezes penso que vou morrer. Sábado passado pensei que realmente eles queriam me matar, eu não sabia a que santo pedir ajuda. Então, supliquei ajuda a meu Anjo da Guarda, e depois de esperar um longo tempo, finalmente ele voou ao redor de mim e com sua voz angelical cantou um hino a DEUS. Então aconteceu uma dessas cenas em família. Zanguei com ele severamente porque me tinha feito esperar tanto pela ajuda, apesar de minha súplica ter sido urgente. Assim, meio tristonho, dei-lhe um castigo, não quis olhar para a sua face. Eu queria que ele recebesse um castigo para ser mais pontual, mas ele quis escapar. Percebi que ele ficou sentido e estava chorando. Então, arrependido de ter sido exigente, o fixei e nós dois acabamos sorrindo juntos".

CARTA PARA O CONFESSOR
Carta para o Padre Agostino datada de 18 de Novembro de 1912.
"O inimigo não quer me deixar, me bate continuamente. Ele tenta envenenar a minha vida com armadilhas infernais. Ele fica mais perturbado, porque lhe escrevo e conto todos estes fatos. O demônio me sugere não lhe contar as coisas que acontecem entre ele e eu. Ele me pede que narre as visitas boas que recebo. Na realidade ele me disse que você só gosta destas histórias. O pastor (o Senhor Bispo Diocesano) foi informado destas batalhas que travo com estes demônios e com referência às cartas que lhe escrevo. Então me sugeriu ir até ele, mostrar primeiro a minha carta para ele ver e depois, lhe mostrar a sua quando chegasse. Agora, atualmente, quando abri a sua carta junto do pastor, encontramos a carta suja de tinta. Era vingança do diabo! Eu não posso acreditar que você me tenha enviado a carta suja porque você sabe que eu não enxergo bem. No princípio não pudemos ler a carta, mas depois de sobrepor o Crucifixo em cima da carta, tivemos sucesso na leitura, até mesmo sendo capazes de ler as letras pequenas”.

ATAQUES DO DEMÔNIO - 1
Carta para o seu Confessor, Padre Agostino, 13 de Fevereiro de 1913. 
"Agora, vinte e dois dias passados desde que JESUS permitiu aos diabos descarregarem a raiva deles em mim, meu corpo, meu Padre, até o presente está todo marcado pelos golpes que recebi. Várias vezes, tiraram minha camisa e me golpearam de forma brutal". 

ATAQUES DO DEMÔNIO - 2
Carta para o Diretor Espiritual, Padre Benedetto, 18 de Março de 1913.
 "Os diabos não deixam de me golpear e me tiram da cama. Removem a minha camisa para bater em mim. Mas agora eles já não me assustam mais. JESUS me ama, me levanta e me coloca na cama".

O DEMÔNIO QUIS LUDIBRIAR O PADRE
Testemunho do Padre Pio: 
“Um dia, enquanto estava ouvindo confissões, um homem veio ao confessionário. Era alto, esbelto, vestido com refinamento, cortês e amável. Começou a confessar os seus pecados, que eram de todo tipo: contra DEUS, contra os homens e contra a moral. Todos os pecados eram gravíssimos! Eu fiquei desorientado com aquela montanha de pecados, e respondi: trago-lhe a Palavra de DEUS, o exemplo da Igreja e a moral dos Santos. Mas o penitente enigmático se opôs às minhas palavras justificando, com extrema habilidade e cortesia, todos os tipos de pecados que ele tinha praticado. E dessa forma, queria justificar todas as suas ações pecadoras, tentando me convencer como se elas fossem absolutamente normais e humanamente compreensíveis. E isto, inclusive para os pecados que eram horríveis contra DEUS, NOSSA SENHORA e os Santos. Também permaneceu firme na argumentação dos pecados morais que eram tão sujos e tão repugnantes, que me deixaram meio abatido. As respostas que me deu, com fineza qualificada e malícia, me surpreenderam. Num curto silêncio eu me perguntei: Quem é ele? De que mundo ele vem? Tentei olhar bem para ele e ler algo na sua face. Ao mesmo tempo me concentrei e procurei meditar em cada palavra dele para lhe dar o juízo correto que merecia, mostrando-lhe que não tinham cabimento aquelas justificativas absurdas que ele apresentava. Mas de repente através de uma luz interna intensa e brilhante, reconheci claramente quem era ele, pois era justamente o terrível e abominável demônio. Com tom definido e imperioso lhe falei”: “Diga Viva JESUS para sempre, Viva MARIA eternamente”.“E logo que pronunciei estes doces e poderosos nomes, satanás imediatamente desapareceu num ziguezague de fogo deixando para trás um fedor insuportável”.


JESUS AFASTOU UMA INVESTIDA DO DEMÔNIO
Dom Pierino Galeone (além de sacerdote era um dos filhos espirituais do Padre Pio), ele conta:
"Um dia, Padre Pio estava no confessionário e as cortinas do confessionário não estavam fechadas, de onde eu estava, podia vê-lo sem dificuldade. Os homens se preparavam e se organizavam numa fila única e, eu estava lendo o Breviário. Às vezes, erguia o olhar para ver o Padre. Então, pela porta da pequena Igreja, entrou um senhor. Parecia idoso, estava sério e tinha os olhos pequenos e pretos, cabelos grisalhos, usando uma jaqueta escura e calças compridas. Eu não quis me distrair e continuei recitando o breviário, mas uma voz interna me falou: Pare e olhe! Eu parei e olhei para o Padre Pio. Aquele homem parou em frente ao confessionário. E depois que o penitente que estava se confessando saiu, ele passou na frente dos outros que aguardavam na fila. Ficou em pé, de frente para o Padre Pio. Foi falada algumas palavras que não percebi. Então não vi mais aquele homem de cabelos grisalhos. Depois de alguns minutos o vi penetrando no chão. No confessionário, na cadeira onde Padre Pio estava sentado, vi JESUS em seu lugar. Ele era loiro, jovem e muito bonito e parecia olhar fixamente aquele homem que penetrava no chão. Então, logo a seguir, vi surgir novamente o Padre Pio. Ele voltou a tomar assento no confessionário e se apresentava tranquilo e com uma agradável fisionomia, semelhante a JESUS. Então pude ver claramente o Padre Pio em atividade, ele havia reassumido a sua função de confessor. Imediatamente ouvi sua a voz dizendo aos penitentes na fila”: “Se apressem”!“Ninguém notou este acontecimento e todos nós permanecemos onde estávamos". "O demônio quis atrapalhar a Confissão Sacramental, mas foi imediatamente expulso por JESUS".

Fonte: Apostolado dos Sagrados Coraçoes

Quem pode ajudar nas Celebrações Litúrgicas da igreja?

sábado, 6 de abril de 2013


Nos dias de hoje é comum ver a participação de leigos nas celebrações litúrgicas da igreja. Mediante isso, vem a duvida de muitos... Como são escolhidas essas pessoas? Quem esta apto a ajudar nas celebrações?

Para entender um pouco melhor sobre como deve ser a escolha dos leigos para ajudar nas celebrações, vejamos o que nos diz a encíclica Redempitionis Sacramentum:

[46.] O fiel leigo que é chamado para prestar uma ajuda nas Celebrações litúrgicas e deve estar devidamente preparado e ser recomendado por seu vida cristã, fé, costumes e sua fidelidade para o Magistério da Igreja. Convém que haja recebido a formação litúrgica correspondente a sua idade, condição, gênero de vida e cultura religiosa. [117] Não se eleja a nenhum cuja designação possa suscitar o escândalo dos fiéis.[118]

Aqui vemos que não é tão simples como achamos. Se exige que a pessoa escolhida de testemunho daquilo que ela vive. Aqui também fica extremamente proibido a eleição de qualquer um que possa causar escândalo aos fieis. Uma pessoa que por exemplo da contra testemunho, que não vive aquilo que a igreja prega, esta fortemente proibida de ser eleita para ajudar em tais celebrações. É necesario que a pessoa esteja bem preparada e formada, e alem disso, que seja recomendada pelos seus costumes e fidelidade para com o magistério da igreja.

Os Anjos Da Guarda

sexta-feira, 5 de abril de 2013


“Eis que eu enviarei o meu anjo,
que vá adiante de ti, e te guarde
pelo caminho, e te introduza
no lugar que preparei”.
(Ex 23, 20-23)
DEUS, no seu amor infinito pelos homens, entregou
cada um de nós à guarda e cuidado especial de um anjo,
que nos acompanha desde o nascimento até a morte: o
Anjo da Guarda.
Essa doutrina foi sempre ensinada pela Igreja ( Cf.
Catecismo Romano, Parte IV, cap. IX, n. 4. ) e se baseia em 12
testemunhos da Sagrada Escritura e da Tradição — Santos Padres, Magistério Eclesiástico, Liturgia.

As Escrituras e os Santos Padres
O Antigo Testamento faz contínuas referências a
esses anjos que nos servem de protetores. Mais do que
nos ensinar explicitamente tal verdade, parece dá-la por
suposta em suas narrações.
Jacó ao abençoar seus netos, filhos de José, diz:
“Que o anjo que me livrou de todo o mal, abençõe estes
meninos” (Gen 48, 16)
Nas palavras seguintes de Deus a Moisés encontramos os múltiplos ofícios que incumbem ao Anjo da
Guarda, de proteção e de conselho: “Eis que eu enviarei o
meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho,
e te introduza no lugar que preparei. Respeita-o, e ouve
a sua voz, e vê que não o desprezes; porque ele não te
perdoará se pecares, e o meu nome está nele. Se ouvirdes
a sua voz, e fizerdes tudo o que te digo, eu serei inimigo
dos teus inimigos, e afligirei os que te afligem. E o meu
anjo caminhará adiante de ti” (Ex 23,20-23).
Por meio do profeta Baruc, Deus comunica a Israel:
“Porque o meu anjo está convosco, e eu mesmo terei cuidado das vossas almas” (Bar 6,6)
O Salmo 90 exprime, com muita poesia, a solicitude de Deus para conosco, por meio do Anjo da Guarda:
“O mal não virá sobre ti, e o flagelo não se aproximará da
tua tenda. Porque mandou (Deus) os seus anjos em teu
favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te
levarão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em
alguma pedra” (SI 90, 10-12).
E outro Salmo proclama: “O anjo do Senhor assenta
os seus acampamentos em volta dos que o temem, e os
liberta” (SI 33, 8).
Lançado na cova dos leões, por intriga de invejosos, Daniel foi socorrido por um anjo: “O meu Deus enviou
o seu anjo, e fechou as bocas dos leões e estes não me
fizeram mal algum” (Dan 6, 21).
Fala-se, no Livro dos Reis, de um exército de carros
que cercavam o profeta Eliseu (4 Reis 6, 14-17). São Tomás vê aí uma imagem do poder dos Anjos Custódios e a
preponderância dos anjos bons sobre os maus.
São inúmeras as passagens do Antigo Testamento
que fazem referência à doutrina sobre os Anjos da Guarda. Em nenhuma porém, a solicitude dos anjos para com
os homens fica tão patente como no livro de Tobias.* E
por isso que ele é muito citado sempre que se trata da
matéria.
*Este livro da Sagrada Escritura é todo ele rico de
ensinamentos sobre esta doutrina, de maneira que não
basta transcrever aqui uma ou outra passagem dele; assim, convida-mos o leitor a lê-lo diretamente na Bíblia.
Esse ensinamento se torna mais preciso no Novo
Testamento, onde a existência do Anjo da Guarda é confirmada pelo próprio Salvador. Aos seus discípulos, advertindo-os contra os escândalos em relação às crianças, diz:
“Vêdes que não desprezeis a um só destes pequeninos,
pois eu vos declaro que os seus anjos vêem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 10). Essas
palavras deixam claro que mesmo as crianças pequenas
têm seus Anjos Custódios, como também que estes anjos
mantém a visão beatífica de Deus ao descer à terra para
atender e proteger a seus custodiados.
Também São Paulo se refere ao papel protetor dos
anjos em relação aos homens: “Não são eles todos espíritos a serviço de Deus mandados para exercer o ministério
a favor dos que devem obter a salvação?” (Heb 1, 14).

Os Santos Padres ensinam desde
cedo essa doutrina.
São Basílio (329-379), entre os gregos, afirma:
“Que cada qual tenha um anjo para o dirigir, como pedagogo e pastor, é o ensinamento de Moisés” ( Apud Card. J.
DANIELOU, Les Anges et leur mission, p. 93. )
E, entre os latinos, São Jerônimo (342-420) assim
comenta passagem de São Mateus (18, 10), acima citada,
sobre os anjos das crianças: “Isto mostra a grande dignidade das almas, pois cada uma tem, desde o nascimento,
um anjo encarregado de sua guarda” (Comm. in Evang.
5. Matth., lib. III, ad cap. XVIII, 10 Apud Card. P. GA5PARRI
Catechisme Catholique pour Adultes, p. 346. )
A crença na existência e atuação dos Anjos da
Guarda está tão firmemente estabelecida na tradição da
Igreja, que desde tempos imemoriais foi instituída uma
festa especial em louvor deles (2 de outubro).

O ensinamento dos teólogos
A partir dos dados da Sagrada Escritura e da Tradi-
ção, teólogos foram explicitando ao longo dos séculos uma
doutrina sólida e coerente sobre os Anjos da Guarda.
O príncipe dos teólogos, São Tomás de Aquino, na
sua célebre Suma Teológica, (Suma Teológico, 1,q. 113.)
expõe largamente essa doutrina.
O santo Doutor justifica a existência dos Anjos da
Guarda pelo princípio de que Deus governa as coisas inferiores e variáveis por meio das superiores e invariáveis.
O homem não só é inferior ao anjo, mais ainda está sujeito
a instabilidades e variações por causa fraqueza de seu
conhecimento, das paixões, etc. Assim, ele é governado e
amparado pelos anjos, que servem como instrumentos da
providência especial de Deus para com os homens.
A função principal do Anjo da Guarda é iluminar nos em relação a verdade, à boa doutrina; mas sua custó-
dia tem também muitos efeitos, tais como reprimir os demônios e impedir que nos sejam causados outros danos espirituais ou corporais.

Cada homem tem um anjo especialmente encarregado de guardá-lo, distinto do das coletividades humanas
de que façam parte. Estas têm anjos especiais para cus-13
todiá-las; enquanto os anjos dos indivíduos pertencem ao
último coro angélico, o das coletividades ou instituições
podem fazer parte dos coros e hierarquias superiores.
Como há vários títulos pelos quais um homem necessita ser especialmente protegido (ou seja, considerado
enquanto particular ou como ocupando um cargo ou fun-
ção na Igreja a ou na sociedade), um mesmo homem pode
ter vários anjos para custodiá-lo.

A Virgem Santíssima, Rainha dos Anjos, teve também não um, mas os Anjos da Guarda. Enquanto homem,
Jesus teve Anjos da Guarda; não evidentemente para
protegê-Lo, pois o inferior não guarda o superior, mas
para servi-Lo.

Fonte: Livro Anjos e Demonios, a luta contra o poder das trevas - Autor: Solimeo

A fé se professa com as palavras e com o amor - Papa Francisco

quarta-feira, 3 de abril de 2013


Uma multidão na Praça S. Pedro acolheu o Papa Francisco para a Audiência Geral.

Nesta quarta-feira, o Pontífice retomou as catequeses sobre o Ano da Fé iniciadas por seu predecessor, Bento XVI, falando sobre o Credo e a expressão: “Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras”.

“É o evento que estamos celebrando”, destacou Francisco, o centro da mensagem cristã. Esta verdade de fé insere a nossa existência num horizonte de esperança aberto ao futuro de Deus, à felicidade plena, à certeza de que o pecado e a morte podem ser vencidos. Esta certeza nos permite viver com mais confiança as realidades quotidianas, enfrentando-as com mais coragem e dedicação, na certeza de que Cristo é a nossa força.

No Novo Testamento, Jesus Ressuscitado se encontra com diversas testemunhas, primeiramente com um grupo de mulheres, em seguida com Pedro, depois com mais de quinhentas pessoas, até o encontro com Paulo, na estrada de Damasco.

Contudo, nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição são lembrados somente os homens, os Apóstolos, mas não as mulheres.

Isso porque, segundo a lei judaica daquele tempo, as mulheres e as crianças não podiam oferecer um testemunho confiável, crível. Nos Evangelhos, ao invés, as mulheres têm um papel fundamental. Isso nos diz que Deus não escolhe segundo os critérios humanos: para Ele, conta o coração, o quanto estamos abertos a Ele, se somos como as crianças, que se entregam.

Mas isso nos faz refletir também sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e têm também hoje um papel especial ao abrir as portas ao Senhor, em comunicar o seu Rosto, porque o olhar da fé sempre necessita do olhar profundo do amor.

“Mães e mulheres, avante com este testemunho” – exortou. “A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não se pode conter. Isso deveria acontecer também na nossa vida. Sentimos a alegria de ser cristãos! Temos que ter a coragem de ‘sair’ para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é o nosso tesouro mais precioso.”

No nosso caminho de fé, é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de amá-lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com as palavras e com o amor.

Também nós podemos reconhecer e encontrar o Ressuscitado: na Sagrada Escritura; na Eucaristia, onde Jesus se faz presente e nos faz entrar em comunhão com Ele; na caridade, quando os gestos de amor, bondade, misericórdia e perdão fazem resplandecer um raio da Ressurreição no mundo.

“Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar por sua força, para que os sinais de morte no mundo deem lugar aos sinais de vida.”

Como quarta-feira passada, Francisco saudou os grupos de peregrinos e turistas na Praça em italiano. A síntese da catequese foi lida em várias línguas.

Em português, o Pontífice saudou em especial um grupo de brasileiros do Paraná: “Alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Deixai-vos iluminar e transformar pela força da Ressurreição de Cristo, para que as vossas existências se convertam num testemunho da vida que é mais forte do que o pecado e a morte. Feliz Páscoa para todos!”

Francisco saudou ainda os mais de 10 mil peregrinos da Arquidiocese de Milão, guiados pelo Cardeal Angelo Scola, e especialmente os jovens que se preparam para a Crisma. “Que o Evangelho seja para vocês a regra de vida, como o foi para S. Francisco de Assis”, disse. A seguir, cumprimentou também os novos diáconos da Companhia de Jesus, com os seus familiares.

Fonte: Radio Vaticana


A Tristeza Segundo Deus

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Vamos falar um pouco sobre Tristeza... Uma coisa que nem todos sabem, é que tristeza nem sempre é algum ruim. Existe uma tristeza que é pecaminosa e que é uma doença espiritual. Mas existe também uma tristeza boa. Embora isso pareça estranho a principio, existe uma tristeza segundo Deus.

Vejamos o que diz São Paulo em sua segunda carta aos Coríntios. (II Coríntios 7:8-10)

8. Se lhes causei tristeza com a minha carta, não me arrependo. E se a princípio me arrependi - pois vejo que essa carta entristeceu vocês, embora por pouco tempo -

9. agora me alegro, não por haver entristecido vocês, mas porque a tristeza fez que vocês se arrependessem. vocês se entristeceram segundo Deus, e assim não sofreram nenhum dano da nossa parte. 

10. De fato, a tristeza que vem de Deus produz arrependimento que leva para a salvação e que não volta atrás; a tristeza segundo este mundo produz a morte.

Aqui aprendemos que existem dois tipos de tristezas. Uma é a tristeza segundo Deus. Que é a tristeza pelo rompimento da amizade com Deus, a tristeza pelo pecado. A outra é a tristeza pecaminosa. Que pode ser considerada uma doença espiritual.

A tristeza segundo Deus, a tristeza boa, nós leva para mais perto de Deus. Pois é uma tristeza por perder Deus. Nos causa arrependimento, e arrependimento gera conversão.

Mais um exemplo de que existe tristeza boa, esta na vida dos santos da Igreja. Quantos santos e santas de Deus já não se encheram de tristeza ao se deparar com o pecado. Um grande exemplo disso é São Padre Pio! Que chorava apenas em pensar na existência do pecado. 

Se a tristeza boa nos leva a Deus, a tristeza segundo o mundo nos leva a Morte. E aqui precisamos falar um pouco sobre Idolatria. Idolatria é colocar algo no lugar de Deus. A partir do momento que colocamos algum no lugar de Deus, passamos a ter um novo Deus. Um Deus falso. Nos tornamos idolatras. 

Se a tristeza boa serve para chorar a perda de Deus. A tristeza mundana serve para chorar a perda de nossos falsos deuses. Quando colocamos algum no lugar de Deus, e perdemos aquilo, somos tomados por uma tristeza. E essa tristeza nos leva a morte. 

Muitas vezes colocamos pessoas, coisas, no lugar de Deus. E quando deixamos de ter essas pessoas e essas coisas, ou quando algum lhes acontece, somos tomados pela tristeza do mundo; como nos diz São Paulo: A tristeza que leva a morte.

Antes de concluir, precisamos esclarecer que nem toda tristeza apos um pecado é verdadeiramente uma tristeza segundo Deus. Muitas das vezes pode ser por orgulho ferido. Muitas vezes as pessoas chorão um pecado, principalmente em confissão, mas muitas vezes aquela pessoa não esta chorando por Deus. Por ter ferido a Deus com aquele pecado; e sim por ter tido a sua imagem suja por aquele pecado... Ou seja, esta chorando por ela, e não por Deus. Esta chorando olhando para imagem dela ferida pelo pecado. Nem todo choro e tristeza apos um pecado representa um verdadeiro arrependimento.

A tristeza segundo Deus gera em nos um verdadeiro arrependimento. Nos levando até mesmo a chorar pelos erros dos outros (como os santos faziam). Porque você esta chorando por Deus, pelos pecados estarem maltratando a Deus. E não chorando por si... Pelos pecados que cairão sobre você. É importante saber diferenciar. Pois esse tipo de pessoa que chora por si, não se importam com outras pessoas que podem estar pecando. Elas se importam somente com os seus pecados; pois eles tiram do primeiro lugar a imagem santa que se foi criada e colocada no lugar de Deus.




O inferno visto e descrito por Santa Francisca Romana

domingo, 31 de março de 2013


“Lembra-te dos teus novíssimos e não pecarás” (Ecl. 7,40) — recomenda a Sagrada Escritura. Os novíssimos do homem são as últimas coisas que a ele ocorrerão, ou seja, a morte, o juízo particular, o Céu, o inferno, o purgatório, o fim do mundo, a ressurreição dos mortos e o juízo final.

A 9 de março a Igreja comemora a festa de uma grande santa, cuja vida foi marcada por extraordinárias visões que teve do Céu, purgatório e inferno, bem como a ação dos anjos e dos demônios neste mundo. Trata-se de Santa Francisca Romana.

Nasceu ela em 1384, da nobre família dos Brussa. Com apenas 12 anos, levava já uma vida extraordinária. Sua intenção era de não se casar, mas seu confessor aconselhou-a a não resistir às instâncias de seus pais, tendo esposado então Lourenço de Poziani.

Logo que se casou, caiu gravemente doente, sendo curada milagrosamente por uma aparição de Santo Aleixo, mártir romano. No lar, o teor de sua vida era severo e admirável. Desde o seu restabelecimento, Francisca dedicou-se largamente às obras de caridade. Junto à cunhada Vanosa, pedia esmola de porta em porta, para dar aos pobres nas vias públicas, em zonas onde não era conhecida.

Deus abençoou seu matrimônio, concedendo-lhe seis filhos. O falecimento do filho João, ainda criança, constituiu uma das alegrias de sua existência. Teve ele uma morte extraordinária, e disse ao expirar: “Vejo Santo Antônio e Santo Onofre, que vêm buscar-me para me levarem ao Céu”.

Vários fatos de transcendência pública influenciaram sua vida: a tomada de Roma pelo Rei de Nápoles, que desencadeou uma série de catástrofes sobre sua família; o exílio do Papa Eugênio IV, em virtude da guerra entre florentinos e milaneses, etc.

Ainda em casa do esposo, congregou em torno de si muitas senhoras da melhor sociedade romana, com o fim de se animarem na prática da piedade e virtudes cristãs.
Formou-se a primeira organização de senhoras que, em 1431, recebeu uma regra própria, dando origem às Oblatas de Santa Francisca Romana, cujo pequeno convento tinha o pitoresco nome de Tor de ‘Spechi.

Após a morte do marido, juntou-se a suas filhas espirituais, conduzindo-as aos hospitais e às casas dos pobres. Muitas vezes, em lugar de um remédio ou recurso insuficiente, foi uma cura súbita e miraculosa que Santa Francisca levou aos necessitados.

Deus a consolou com revelações e comunicações místicas sobre a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima. Tornou-se célebre por seus milagres e dons de cura. Restituiu a vista aos cegos, a palavra aos mudos, a saúde aos doentes, e libertou muitos possessos do demônio.
Santa Francisca teve o pressentimento de sua morte e preveniu seus amigos. Pedia a Deus que a levasse desta vida, pois não queria ver as novas crises que já começavam a assaltar a Santa Igreja. Caiu enferma, vindo a falecer em 1440.

Na vida dessa mística italiana, as visões ocupam um lugar saliente. A propósito do que a Santa viu sobre o inferno, o célebre escritor católico francês Ernest Hello apresenta um apanhado sucinto e sugestivo em sua obra “Physionomie des Saints”, o qual exporemos abaixo.

Inúmeros suplícios, tão variados quanto os crimes, foram mostrados à Santa em detalhes. Por exemplo, viu ela o ouro e a prata serem derretidos e derramados na boca dos avarentos. A hierarquia dos demônios, suas funções, seus tormentos, os diversos crimes aos quais presidem, foram-lhe apresentados. Viu Lúcifer, chefe e general dos orgulhosos, rei de todos os demônios e preceitos, rei muito mais infeliz do que os próprios súditos.

O inferno é dividido em três partes: o superior, o do meio e o inferior. Lúcifer encontra-se no fundo do inferno inferior. A Lúcifer, chefe universal, subordinam-se três outros demônios, os quais exercem império sobre os demais:

1) Asmodeu, que preside os pecados da carne, e era antes da queda um Querubim;
2) Mamon, que preside os pecados da avareza, era um Trono. O dinheiro fornece, ele sozinho, uma das três grandes categorias.
3) Belzebu preside aos pecados de idolatria. Tudo que tem algo a ver com magia, espiritismo, é inspirado por Belzebu. Ele é, de um modo especial, o príncipe das trevas, e mediante as trevas ele é atormentado e atormenta suas vítimas.

Inferno, Beato Angélico.

Uma parte dos demônios permanece no inferno, a outra no ar, e uma terceira atua entre os homens, procurando desviá-los do certo caminho. Os que ficam no inferno dão ordens e enviam seus embaixadores; os que residem no ar agem fisicamente sobre as mudanças atmosféricas e telúricas, lançando por toda parte suas más influências, empestando o ar, física e moralmente. Seu objetivo é debilitar a alma.

Quando os demônios encarregados da Terra vêem uma alma enfraquecida pelos demônios do ar, eles a atacam no seu ponto fraco, para vencê-la mais facilmente. É o momento em que a alma não confia na Providência. Essa falta de confiança, inspirada pelos demônios do ar, prepara a alma para a queda solicitada pelos demônios da Terra.

Assim, enfraquecidos pela desconfiança, os demônios inspiram na alma o orgulho, em que ela cai tanto mais facilmente quanto mais fraca esta. Quando o orgulho aumentou sua fraqueza, vêm os demônios da carne que atacam seu espírito. Quando os demônios da carne aumentam mais ainda a fraqueza da alma, vêm os demônios que insuflam os crimes do dinheiro. E quando estes diminuíram ainda mais os recursos de sua resistência, chegam os demônios da idolatria, os quais completam e concluem o que os outros começaram.

Todos se articulam para o mal, sendo esta a lei da queda: todo pecado cometido, e do qual a alma não se arrependeu, prepara-a para outro pecado. Assim, a idolatria, a magia, o espiritismo esperam no fundo do abismo aqueles que foram escorregando de precipício em precipício.

Todas as coisas da hierarquia celeste são parodiadas (imitadas) na hierarquia infernal. Nenhum demônio pode tentar uma alma sem a permissão de Lúcifer.

Os demônios que estão no inferno sofrem a pena do fogo. Os que estão no ar ou na terra não sofrem atualmente tais penas, mas padecem outros suplícios terríveis, e particularmente a visão do bem que praticam os santos. O homem que faz o bem inflige aos demônios um tormento indescritível. Quando Santa Francisca era tentada, sabia, pela natureza e violência da tentação, de que altura tinha caído o anjo tentador e a que hierarquia pertencera.

Quando uma alma cai no inferno, seu demônio tentador é felicitado pelos demais. Mas quando a alma se salva, o demônio tentador recebe insulto dos outros, que o levam para Lúcifer e este lhe inflige um castigo a mais, além das torturas que já padece. Este demônio entra às vezes no corpo de animais ou homens. Ele finge ser a alma de um morto.

Quando um demônio consegue perder certa alma, após a condenação desta transforma-se em tentador de outro homem, mas torna-se mais hábil do que foi a primeira vez. Aproveita-se da experiência que a vitória lhe deu, tornando-se mais forte para perder o homem.

Santa Francisca observava um demônio em cima de alguém que estivesse em estado de pecado mortal. Confessado o pecado, via ela o mesmo demônio ao lado da pessoa. Após uma excelente confissão, o anjo mau ficava enfraquecido e a tentação não tinha mais o mesmo grau de energia.

Ao ser pronunciado santamente o nome de Jesus, Santa Francisca via os demônios do ar, da terra e do inferno inclinarem-se com sofrimentos espantosos, tanto maiores quanto mais santamente o nome de Jesus fora pronunciado.

Se o nome de Deus é pronunciado em meio a blasfêmias, os demônios ainda assim são obrigados a se inclinar, mas um certo prazer é misturado à dor causada pela homenagem que são obrigados a render.

Se o nome de Deus é blasfemado por um homem, os anjos do céu inclinam-se também, testemunhando um respeito imenso. Assim, os lábios humanos, que se movem tão facilmente e pronunciam tão levianamente o nome terrível, produzem em todos os mundos efeitos extraordinários e ecos, dos quais o homem não é capaz de compreender nem a intensidade nem a grandeza.


Fonte: Milagres e Orações Medievais.


 
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